terça-feira, 8 de maio de 2012

O universo é uma ilusão?


Trilhões de partículas subatômicas compõe tudo no universo. Se pudesse observá-las em seus pés e no tapete de sua casa, veria que quando você pisasse sobre eles, as partículas mudariam suas características elementares, e constantemente estão trocando informações. Todas as partículas de diferentes objetos interagem infinitamente e o universo inteiro é assim.
Isso pode não parecer tão impressionante, mas quando associamos isso ao funcionamento de um computador, a coisa começa a ficar mais interessante. E a inevitável pergunta: será que o nosso universo é nada mais que uma grande máquina? Será que nós, os planetas, galáxias e tudo o mais meros amontados de bits nesse grande processador de informação?
Bits
Muitos pesquisadores defendem que sim. O universo é um sistema físico e registra informação através da mecânica quântica, a física que explica o misterioso mundo do interior dos átomos.
Essa ciência complexa fala sobre informação, ou melhor, de quanta informação podemos obter a respeito de uma determinada partícula. Sabemos que o observador muda o estado da partícula, e portanto é impossível saber tudo sobre a mesma. É impossível saber como era uma partícula antes dela ser observada.
Leia mais em: O princípio da incerteza de Heisemberg
E isso é mais ou menos o que acontece num computador. Os componentes internos processam sequências de zero e um (sistema binário), os bits, para formam uma informação. Por sua vez, os computadores quânticos, que prometem ser o futuro da computação, possuem os qubits, bits que podem ser zero e um simultaneamente. Tudo isso seguindo as leis quânticas, que afirmam que uma partícula pode estar em mais de um lugar ao mesmo tempo, pode aparecer e reaparecer em outro lugar do universo, entre outras maluquices. Com isso, os computadores quânticos certamente fariam muito mais que os computadores tradicionais, e teriam um poder de processamento milhares de vezes superior. Detalhe: sempre estão surgindo novos avanços no ramo da computação quântica.
Matrix
E de acordo com alguns pesquisadores, o universo é uma simulação processada num baita computador quântico. Mas seria preciso simular o universo em todos os seus detalhes? Talvez não, não enxergamos em detalhes nem 1% do universo, logo todo o restante do cosmo não precisaria ser simulado em grande nível de detalhes, somente nosso sistema solar e olhe lá.  Corpos celestes distantes seriam bastante comprimidos e teriam seu tamanho (em qubits) reduzido. Ainda que a mecânica quântica esconde muitas informações, e também não podemos saber o que acontece com partículas quânticas nos confins do universo. Simular o universo inteiro com todos os seus níveis de detalhes exigiria um computador tão grande quanto, o que deve ser meio inviável.
Mas a maioria dos pesquisadores prefere ignorar essa teoria, já que para se ter uma ideia, para simular uma mente humana com todas suas sinapses seria necessário um computador do tamanho de um pequeno planeta. Imagine tantas pessoas e tantos lugares.
Entretanto, não levamos aí em consideração o que ou quem poderia estar nos simulando. E claro que seja quem for poderia ter uma tecnologia avançada o suficiente para não precisar de um computador tão grande. Segundo os defensores de uma teoria mais maluca ainda, somos nós mesmos que estamos nos simulando do futuro, mas muita gente defende que nos entraremos em extinção antes de atingirmos tal poder computacional.
Mistério da matéria escura resolvido? Talvez, pois a matéria escura estaria tão compactada ou com tantos bugs no processamento que não a podemos observar.
E já que estamos falando de teorias no mínimo malucas, não custa nada viajar um pouco mais. De acordo com alguns físicos teóricos, os buracos negros em nosso universo são na verdade simples hologramas.
Singularidade
Esses monstros cósmicos são talvez o lugar mais caótico do universo, portanto o corpo celeste mais entrópico (quanto mais entrópico, maior é seu nível de desorganização). E quando eles ingerem matéria e energia, sua entropia aumenta. E a superfície do horizonte de eventos do buraco negro (a linha que define o que ultrapassar ela jamais terá retorno) cresce à medida que o nível de entropia aumenta, ou seja, poderíamos decodificar toda a informação de um buraco negro em sua superfície, sem uma terceira dimensão, exatamente igual à um holograma bidimensional.
Mas se os buracos negros podem ser interpretados como meros hologramas, o universo inteiro também pode não? Talvez sim. Tudo isso se resume em uma frase: o universo inteiro está vivendo no horizonte de eventos de um buraco negro, em forma de holograma.
Claro que tudo são somente teorias, e estão muito longe de serem provadas. Fato é que não sabemos onde a ilusão acaba e a realidade começa e a pergunta citada no título do artigo permanece em aberto: o universo é uma ilusão? Você é quem decide, não deixe de expressar sua opinião!

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